Hoje tirei o dia para mim. Para pensar no que se tem passado na minha vida nos últimos meses, nas alegrias e tristezas, nas surpresas e nas pequenas coisas aparantemente banais. Para pensar nos que me rodeiam mas sobretudo para pensar em mim própria, enquanto pessoa merecedora de amor próprio e de carinho, enquanto pessoa que quer viver!
Andei a "vaguear" pelas ruas de Lisboa, mais precisamente da baixa lisboeta. O dia esteve maravilhoso o que ajudou em muito a minha pequena "viagem" de retoma de forças e coragem. Foi lindo.. simplesmente adorei! E sou uma pessoa que não morre de amores por Lisboa. Mas foi fantástico aquele sol a bater em mim, aquela brisa quente que soprava e me parecia acariciar o rosto. E andei... fartei-me de andar.. de pensar, de ver as pessoas passarem por mim, atarefadas nas suas vidas rotineiras, naquela vida em que também ando eu em dias normais. Vi todas as pessoas a passarem por mim, absorvidas em si mesmas, parecendo nem notar como é maravilhoso poder-mos difrutar destes momentos de paz, destes momentos de rara beleza, destes momentos eternos em nós.
Enquanto percorria as ruas de Lisboa via aquele turista "embasbacado" a olhar para os traços das edificações lisboetas, via o empregado de mesa que gentilmente com um sorriso na cara servia os seus clientes mesmo com um calor abrasador e ele com um fato preto de mangas compridas, via o casal de namorados que se beijava apaixonadamente no banco perto do rio. Vi centenas de vidas a passar. Vi centeas de caras desconhecidas cada uma delas com uma história para contar. Mas cada uma delas parecendo muito ocupada para notar o assobiar da brisa ou o calor dos raios do sol. Todas elas absorvidas numa rotina diária que não lhes permite notar estas coisas.. especiais.
E depois de voltas e mais voltas, de saborear todos os minutos que pude, meti-me dentro do barco e deixei-me levar nas ondas do rio, mais um momento kodak, mais um momento em que pensei "tens andado triste e chateada quando o mundo cá fora é tão lindo!". E voltei a ter gosto em estar aqui.
Foi uma tarde em cheio. Uma tarde daquelas para recordar mesmo não tendo ninguém especial comigo, mesmo estando sozinha. Mas foi exactamente por estar sozinha que pude disfrutar de todas as pequenas coisas, que pude notar nos mais pequenos detalhes, que pude pensar em mim e no que quero, no que sonho e no que tenho de lutar.
E é com uma palavra de coragem e calor que vos deixo... acreditem que as mais pequenas coisas são por vezes as que tomam proporções maiores e ganham um valor imenso!
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Cátia
Mts felicidades
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