Sentada no chão, com a lua a iluminar-me posso ver pequenos vultos que me acompanham em vez de me assombrarem. Saboreio o doce paladar do vento e sinto o cheiro de todo o ambiente em que envolve. Na calma da noite procuro um poeta desconhecido, alguém que nunca vi, alguém que nunca voltarei a ver. Passo a passo o mar aproxima-se de mim, num movimento banal e ao mesmo tempo tão bonito. O som das ondas abafa todos os ruídos da grande cidade e perco-me numa imensidão perdida, perco-me num mundo de sonhos onde os esforços são recompensados e não há lugar para a dor. Pelo menos não da maneira como a sentimos hoje, aqui.
Lá em cima, as pequenas estrelas parecem piscar, autênticas bolas de fogo que emanam um poder sem igual. Perco-me num labirinto de surpresas e aos poucos vejo revelar-se um vulto... é o meu poeta, é o meu momento, é a minha vida.
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Cátia