Abre a porta. Entra. Acende a luz. Senta-te. Acomoda-te. Fecha os olhos e sonha comigo, sonha o sonho de ambos, o sonho inesquecível que para sempre ficará nas nossas memórias, o sonho que sabemos que nunca se realizará. Mas sonha apenas pela felicidade de pensar na hipótese. Sonha comigo pois, pelo menos em sonhos, podemos fazer parte um do outro e para sempre dar as mãos, sentir-mo-nos e selar tudo num imenso beijo que dura um segundo, que fica marcado na eternidade.
Sinto-te fugir com o vento, poeta de alma e coração, perdido numa rua estreita, sem palavras, sem imagens, sem sons, sem ti, sem mim.
Nesses teus olhos de mar perco-me na imensidão, no teu sorriso brilhante e enternecedor sinto-me voar e perco-me de mim mesma. Talvez seja isso mesmo que preciso, talvez seja isso mesmo que quero: perder-me de mim mesma e voar para um lugar distante levanto-te comigo no meu coração, dentro de mim.
Não te peço muito, peço-te apenas o teu mundo, o teu coração e o teu amor. Peço-te a ti. Espera... isso é tudo em ti... talvez seja demais. Será? Mas é o que quero, é do que preciso. Preciso de ti e dos teus gestos. E sei que não mos podes dirigir, sei que não mos podes dar. Sei que não os posso receber. E sei que assim continuará.
Fecha a porta. Apaga a luz. Senta-te. Fecha os olhos e fica comigo nem que seja por um segundo, nem que seja para toda a vida. Sonha comigo e vamos voar!
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Cátia