Veio o silêncio. Não compreendo nem sinto compreendida. Não sei o que procurar, não sei o que posso ter. Completamente perdida em palavras, gestos, atitudes e sentimentos que agora parecem tão falsos, tão forçados. Dou quando devo tirar, tiro quando devo dar. Seja de uma ou outra forma continuo a bater ao lado, às escuras em dias sem caminho nem orientação.
Procuro e não estás, tenho de ignorar para apareceres. Hoje fazes parte para amanhã não seres, sempre na incerteza.
O coração diz sim, a cabeça tem de dizer não.
Sinto-me gelada, sem força. Sinto-me perdida num estalar de dedos.
Não posso sentir para não sentir demais, tenho de sentir para não sentir de menos.
Estou perdida em pensamentos inseguros, tentando manter de pedra e cal sentimentos que parecem já não ter valor.
Talvez feche as portas. Talvez devesse manter as janelas fechadas. Talvez não devesse deixar entrar.
Sinto-me gelada, sem força. Sinto-me perdida num estalar de dedos...